Corinthians sofre virada nos minutos finais e amarga nova derrota no NBB 2024/25
Apagão no último quarto frustra grande atuação alvinegra e mantém o Timão zerado na competição
No fim da tarde deste sábado, o Ginásio Wlamir Marques foi palco de mais uma frustração para o torcedor corinthiano. Diante do São Paulo, pela segunda rodada do Novo Basquete Brasil (NBB), o Corinthians chegou a dominar o jogo por boa parte dos 40 minutos, mas viu tudo desmoronar nos instantes finais e acabou superado por 82 a 80. O revés, doloroso e revoltante, marca a segunda derrota consecutiva da equipe na competição — ambas dentro de casa.
A atuação sólida durante três quartos deu ao Timão todas as condições de sair de quadra com a vitória. No entanto, uma sucessão de erros, más decisões ofensivas e falhas defensivas nos momentos mais importantes do confronto culminaram em um apagão tão cruel quanto inexplicável. A virada são-paulina nos minutos finais parece ter atingido não apenas o placar, mas também a confiança de um elenco que ainda busca sua identidade na temporada.
O técnico Jece Leite optou por uma formação inicial composta por Isaac Thornton, Cauê Borges, Victão, Lucas Cauê e Elinho. No banco, estavam à disposição Cardoso, Bianchi, Jamelão, Munford, Du Sommer, Pietro e Melvin Johnson — nomes com potencial para mudar jogos, mas que não foram suficientes para conter a derrocada nos instantes decisivos.
Um clássico decidido no detalhe — e na falta de controle emocional
O início da partida foi marcado pelo nervosismo corinthiano e pela maior eficiência do rival. O São Paulo abriu vantagem com um primeiro quarto sólido, vencido por 20 a 15, explorando bem os espaços na defesa alvinegra e aproveitando os erros de arremesso do Timão. Ainda assim, a resposta foi imediata: o Corinthians ajustou a marcação, cresceu em intensidade e devolveu o placar no segundo período, vencendo por 26 a 20 e indo para o intervalo com vantagem mínima.
O terceiro quarto foi o melhor momento do Corinthians no jogo. Com uma rotação equilibrada e boa leitura ofensiva, o time de Jece Leite conseguiu manter o domínio da partida, ampliando sua vantagem e controlando o ritmo. Mesmo sem abrir larga diferença, o Timão mostrava solidez, vencendo o período por 20 a 19 e entrando nos dez minutos finais com o placar a seu favor.
Mas foi justamente aí que tudo se perdeu.
Apagão no último quarto condena o Corinthians
Se os três primeiros quartos exibiram uma equipe concentrada, combativa e eficiente, o último foi um espelho distorcido daquilo que o Corinthians pode e deve apresentar. O São Paulo voltou melhor, encurtou a distância ponto a ponto, e, diante da queda de rendimento corinthiana, passou a acreditar na virada. Os arremessos que antes caíam pararam de cair. As escolhas apressadas, o espaçamento mal executado e a falta de imposição defensiva fizeram o Timão entregar, literalmente, a vitória nas mãos do rival.
Com 23 a 19 para o São Paulo no quarto decisivo, o clássico foi encerrado com a amarga sensação de que o Corinthians perdeu para si mesmo. A virada, já nos dois minutos finais, revelou não apenas uma queda técnica, mas principalmente um problema de maturidade em momentos críticos.
Isaac Thornton e Melvin Johnson até tentaram retomar o controle ofensivo, mas os esforços foram tardios. Elinho, com boa atuação na distribuição, também viu seu rendimento cair na reta final. Victão, mais uma vez consistente nos rebotes, não conseguiu segurar o ímpeto tricolor no garrafão. O banco de reservas, acionado para tentar conter o ímpeto adversário, pouco produziu no último período.
Começo preocupante: duas derrotas em casa e sinais de alerta
Com o resultado, o Corinthians segue sem vencer no NBB 2024/25. Na estreia, também no Wlamir Marques, a equipe havia sido superada pelo Pato Basquete. O fato de as duas derrotas ocorrerem em casa acende um alerta importante: o Timão precisa retomar o protagonismo em seu ginásio, onde historicamente constrói sua força na competição. A falta de concentração e de controle emocional nos momentos decisivos tem custado caro.
Apesar do bom desempenho coletivo em boa parte do jogo, o Corinthians não pode se dar ao luxo de sucumbir diante da pressão, especialmente jogando ao lado da torcida. A NBB é uma competição longa, mas perder pontos em casa pode comprometer objetivos maiores. O elenco, com nomes experientes como Thornton, Elinho e Melvin Johnson, precisa liderar a reação e transformar os bons momentos em vitórias — e não em lições dolorosas.
Próximo desafio: a chance de recomeço fora de casa
Com duas derrotas em dois jogos, o Corinthians agora vira a chave para buscar recuperação longe de São Paulo. O próximo compromisso será contra o Botafogo, no próximo dia 22, às 20h, no Tijuca Tênis Clube. Será a primeira partida como visitante nesta edição do NBB — e talvez a primeira oportunidade real de reencontrar o caminho das vitórias, sem a pressão de jogar em casa.
O time de Jece Leite precisa, acima de tudo, reencontrar consistência. O desempenho por três quartos mostrou que há um caminho viável. Mas para ser competitivo e sonhar com algo maior, o Corinthians precisa jogar os 40 minutos — e não apenas 30.
Porque no NBB, não basta dominar o jogo: é preciso saber fechá-lo.
Abaixo os melhores momentos da partida