Corinthians sofre nova derrota no NBB e vê Parque São Jorge virar território hostil: Brasília vence por 105 a 99 em noite de frustração alvinegra
O Corinthians voltou à quadra neste sábado (dia 5), diante de sua torcida no Ginásio Wlamir Marques, pela sétima rodada do Novo Basquete Brasil (NBB) 2024/25. Mas o que era para ser uma tarde de recuperação e reencontro com a vitória se transformou em mais uma noite amarga para o time de Jece Leite. Com um último quarto avassalador, o Brasília Basquete levou a melhor por 105 a 99, selando a quarta derrota do Timão no campeonato — todas elas em casa.
Apesar de boas atuações individuais, especialmente de Melvin Johnson (25 pontos) e Elinho (15 assistências e mais um marco histórico em sua carreira), o Corinthians não conseguiu sustentar o ritmo nos momentos decisivos e sucumbiu diante de um adversário organizado e eficiente, que soube punir cada erro alvinegro na reta final do confronto.
A derrota marca mais um capítulo frustrante na campanha corinthiana no NBB. Em sete jogos, são apenas três vitórias e quatro reveses — e um dado que pesa: os quatro resultados negativos ocorreram diante da própria torcida. No Parque São Jorge, o Timão já foi superado por Minas, São Paulo, Pato Basquete e agora Brasília.
Um início promissor que se esvaiu com o tempo
O Corinthians começou a partida bem. Com um ataque fluido e boas trocas de passes, especialmente pelas mãos de Elinho, o Timão construiu vantagem sólida no primeiro quarto. O armador, inclusive, terminou os 10 minutos iniciais com nove assistências, sendo peça central na organização ofensiva da equipe.
Lucas Cauê aproveitou bem as assistências do camisa 11, infiltrando com agressividade no garrafão adversário. Melvin Johnson também começou calibrado nos arremessos de longa distância. O resultado disso foi um placar animador de 33 a 24 no primeiro período e um ambiente esperançoso na arquibancada.
Mas o que parecia ser o início de uma tarde tranquila se transformou rapidamente em tensão. No segundo quarto, o Brasília voltou mais atento defensivamente e começou a ganhar terreno, principalmente nos rebotes. Lucas Lacerda entrou em cena como grande destaque do time visitante, liderando a reação com bolas de três decisivas e mostrando personalidade em momentos cruciais.
O técnico Jece Leite tentou frear o ímpeto adversário com pedidos de tempo e mudanças na rotação, mas o Timão perdeu a consistência. O Brasília venceu o segundo quarto por 26 a 19, e a vantagem corinthiana desapareceu no intervalo: 52 a 50.
Equilíbrio até o fim do terceiro quarto
Na volta do intervalo, o jogo seguiu parelho. O Corinthians voltou a ter momentos de lucidez ofensiva, acertando bolas de três em sequência e conseguindo breves lideranças no placar. Ainda assim, o Brasília respondeu com organização e controle emocional. Destaque para Rodrigues, que apareceu bem tanto nos rebotes quanto nas finalizações embaixo da cesta.
O terceiro quarto terminou empatado em 74 a 74, refletindo um duelo acirrado e técnico, mas que já deixava um presságio de que o time visitante estava mais centrado e pronto para o momento decisivo.
Último quarto: queda de rendimento e domínio adversário
Foi nos minutos finais que o Corinthians entregou o jogo. O último quarto escancarou as fragilidades alvinegras, principalmente na defesa e na tomada de decisões. As bolas de três pararam de cair, as infiltrações esbarravam em uma defesa bem postada, e o Brasília se aproveitou do nervosismo corinthiano.
Mesmo com uma bola de três de Elinho após pedido de tempo, o time da casa não conseguiu manter a reação. O Brasília rapidamente colocou sete pontos de vantagem e, com o relógio como aliado, controlou os minutos finais com inteligência e maturidade. A vitória se consolidou com parcial de 31 a 25 no quarto derradeiro.
Números individuais não escondem falhas coletivas
Apesar do revés, Melvin Johnson foi o cestinha da partida com 25 pontos, mostrando sua qualidade ofensiva habitual. Elinho, por sua vez, deixou mais uma marca na história do NBB ao atingir a marca de 2.417 assistências, igualando Fúlvio Magic como maior assistente da história do campeonato.
No entanto, os destaques individuais pouco consolaram uma torcida que esperava mais da equipe, especialmente em casa. O Corinthians, mais uma vez, teve dificuldade para manter constância durante os quatro períodos, oscilando demais entre bons momentos e lapsos de atenção.
Quarta derrota em casa: o Wlamir Marques virou um problema?
A grande preocupação da comissão técnica e dos torcedores agora é o rendimento no Parque São Jorge. O que deveria ser um fator positivo tem se tornado um obstáculo na campanha alvinegra. São quatro jogos como mandante, e nenhuma vitória. As derrotas para Minas, São Paulo, Pato e agora Brasília colocam um alerta importante: falta solidez ao Corinthians diante da própria torcida.
A pressão aumenta, não só pela campanha irregular, mas também pelo fato de que, no NBB, as vagas aos playoffs e os cruzamentos são definidos nos detalhes — e derrotas em casa pesam.
Próximo desafio: clássico fora de casa
O Corinthians volta à quadra já nesta terça-feira (9), às 19h30, para enfrentar o Paulistano, fora de casa, no Ginásio Antônio Prado Júnior. O duelo promete ser complicado, não só pela qualidade do adversário, mas também pelo momento delicado vivido pelo Timão. Uma vitória longe do Wlamir Marques pode significar mais do que dois pontos na tabela: pode ser a injeção de ânimo que o grupo precisa.
Enquanto isso, Jece Leite terá pouco tempo para ajustar as falhas, principalmente no setor defensivo, que voltou a demonstrar fragilidades importantes diante do Brasília — especialmente na proteção ao garrafão e na recuperação em transição.
Um time que precisa se reencontrar
A derrota para o Brasília escancara a necessidade de o Corinthians encontrar um ponto de equilíbrio entre talento individual e performance coletiva. O grupo tem bons nomes, tem experiência e tem, acima de tudo, o apoio da Fiel. Mas é urgente transformar isso em vitórias — especialmente no Wlamir Marques.
A temporada ainda está em seu terço inicial, e há tempo para ajustes. Mas cada tropeço pesa. E o deste sábado, mais uma vez diante de sua torcida, foi especialmente doloroso. O alerta está aceso. E a próxima chance de resposta já tem data e local marcados. Que ela venha.
Abaixo os melhores momentos da partida