🏀NBB 2024/2025 – 8° rodada – Corinthians 75×83 Franca

Corinthians sofre mais uma derrota no NBB e segue sem vencer em casa: desempenho preocupa, mas time mostra competitividade

O Corinthians voltou a tropeçar dentro de casa no Novo Basquete Brasil (NBB) 2024/25. Na tarde deste sábado, no Ginásio Wlamir Marques, a equipe alvinegra foi superada pelo Franca, atual campeão, pelo placar de 83 a 75. Em uma atuação marcada por oscilações e dificuldade em sustentar o ritmo diante de um adversário forte, o Timão amargou sua quinta derrota consecutiva como mandante na competição, mantendo uma incômoda escrita de ainda não ter vencido no Parque São Jorge nesta edição do torneio.

Apesar do revés, o duelo teve momentos de equilíbrio e intensidade. O Corinthians conseguiu competir com uma das equipes mais tradicionais do país, mas falhou em pontos-chave da partida. A derrota expõe não apenas os desafios táticos da equipe comandada por Jece Leite, mas também um incômodo psicológico que parece assombrar o grupo sempre que atua diante de sua torcida. A campanha alvinegra agora soma três vitórias — todas fora de casa — e cinco derrotas, totalizando 11 pontos e ocupando provisoriamente a décima colocação na tabela.

Um começo equilibrado, mas com sinais de alerta

O primeiro quarto foi o retrato da expectativa que cercava o jogo: equilíbrio. Com defesas bem postadas e ataques ainda se ajustando, as equipes protagonizaram um início truncado e com poucos espaços, encerrando os primeiros dez minutos empatadas em 14 a 14. O Corinthians, apostando em uma defesa mais física e na experiência de Elinho para cadenciar o jogo, conseguiu conter o ímpeto inicial de Franca, que buscava a liderança da partida com agressividade no perímetro.

Contudo, já no segundo quarto, os problemas crônicos do Corinthians voltaram a aparecer. A rotação defensiva, que havia funcionado razoavelmente bem no período inicial, passou a dar espaços excessivos para os arremessos longos e infiltrações francanas. A equipe visitante, comandada por Georginho em uma tarde inspirada, soube explorar as brechas com inteligência, vencendo o período por 23 a 17. A queda de rendimento ofensivo do Timão também foi notável. Faltou movimentação sem a bola e sobrou dependência de jogadas individuais, principalmente de Thornton.

Terceiro quarto: o descontrole

Na volta do intervalo, esperava-se uma resposta mais contundente do Corinthians. No entanto, foi o Franca quem manteve o controle emocional e técnico da partida. Com boa rotação da bola e domínio nos rebotes ofensivos, os visitantes impuseram um ritmo mais acelerado, forçando o time da casa a cometer erros em sequência. Georginho, novamente, foi determinante: o armador terminou o jogo com 23 pontos, oito rebotes e sete assistências, sendo o principal nome do confronto.

Do lado alvinegro, Elinho buscava organizar o jogo, e conseguiu distribuir nove assistências ao longo da partida, mas a equipe sofreu para converter em eficiência. O aproveitamento nos arremessos caiu, e a defesa, pressionada pela consistência do adversário, apresentou sinais de desgaste. Franca venceu o terceiro quarto por 25 a 20, ampliando a vantagem e minando as chances de reação do Corinthians.

Último quarto: melhora tardia

Já no último período, Jece Leite promoveu ajustes na rotação, buscando soluções na marcação e na fluidez ofensiva. As mudanças surtiram efeito, ainda que tardiamente. O Corinthians apresentou seu melhor basquete nos minutos finais, conseguindo vencer o quarto por 24 a 21. Thornton, cestinha do Timão com 19 pontos, seguiu como válvula de escape no ataque, e a equipe mostrou mais energia e entrega, mas a diferença construída nos dois períodos anteriores foi suficiente para selar a derrota.

A postura mais aguerrida no fim, contudo, não apaga as falhas coletivas vistas ao longo do jogo. O Corinthians tem sofrido especialmente na recomposição defensiva e nas bolas de três pontos — tanto no aproveitamento próprio quanto na marcação do perímetro. Contra uma equipe como Franca, que tem repertório tático e elenco experiente, esses detalhes são fatais.

O  que precisa evoluir?

A equipe de Jece Leite tem mostrado lampejos de competitividade, mas ainda não encontra constância. Taticamente, o Corinthians precisa trabalhar melhor suas transições — ofensivas e defensivas. A defesa por zona, utilizada em alguns momentos da partida, não se mostrou eficiente contra a movimentação dinâmica de Franca. Já no ataque, a ausência de jogadas desenhadas e a previsibilidade das ações têm dificultado a produção de pontos.

Outro ponto de atenção é o desempenho em casa. O fator torcida, que deveria ser uma vantagem, tem se tornado um fardo. A pressão por resultados positivos no Wlamir Marques tem afetado o rendimento dos atletas, algo perceptível nas tomadas de decisão precipitadas e no nervosismo em momentos decisivos.

Próximos passos

Com cinco derrotas em casa e desempenho abaixo das expectativas, o Corinthians precisa reagir. O elenco tem qualidade individual, mas carece de um plano coletivo mais coeso e eficiente. A presença de atletas experientes como Elinho e Thornton é um ponto positivo, mas é preciso que os demais jogadores se envolvam mais nas fases decisivas das partidas.

Na décima colocação e com um calendário que ainda reserva confrontos diretos na briga por vaga nos playoffs, o Timão precisa transformar as lições amargas das derrotas em aprendizado. A temporada ainda está em seu início, e há margem para crescimento. Mas é necessário ajustar o rumo antes que os resultados negativos comprometam os objetivos maiores do clube na competição.

O Corinthians volta à quadra com a missão clara: reencontrar a vitória diante de sua torcida. Para isso, será preciso mais que vontade. Será necessário disciplina tática, equilíbrio emocional e, sobretudo, um reencontro com a identidade de um time que sempre lutou até o fim.

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