Na noite desta segunda-feira, o Corinthians enfrentou uma de suas atuações mais frustrantes na atual edição do Novo Basquete Brasil (NBB). Em duelo válido pelo segundo jogo das oitavas de final, o Timão foi amplamente dominado pelo União Corinthians e acabou derrotado por 93 a 71 no Ginásio Arnão, em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. O resultado igualou a série melhor de cinco em 1 a 1 e impôs ao time do Parque São Jorge um amargo sentimento de alerta.
A partida revelou, desde seus primeiros minutos, a dificuldade do time alvinegro em encontrar seu ritmo, especialmente no setor defensivo. Ainda que tenha iniciado o confronto com boas expectativas após vencer o primeiro jogo da série, o Corinthians não conseguiu manter o desempenho e foi envolvido pela intensidade dos donos da casa em praticamente todos os períodos.
O jogo teve início com as duas equipes apresentando um ritmo estudado. Nos primeiros minutos, ambas desperdiçaram algumas oportunidades ofensivas. Ainda assim, foi o Corinthians que abriu o placar com uma jogada trabalhada no garrafão concluída por Lucas Cauê. No entanto, a resposta do União Corinthians foi imediata e eficaz, virando rapidamente o marcador para 5 a 2.
A defesa corinthiana passou a apresentar dificuldades para conter o jogo interior do adversário, em especial nas ações protagonizadas pelo pivô Barber. A vantagem no placar logo saltou para 13 a 6, obrigando o técnico Jece Leite a solicitar um tempo técnico em busca de reorganizar a equipe.
O intervalo trouxe um leve ajuste ofensivo para o Timão. Jogadas de infiltração bem-sucedidas, como as de Du Sommer, e arremessos certeiros de três pontos de Elinho e Victão deram esperanças à torcida. Mas a defesa seguia vulnerável e, na última posse do quarto, Elyjah Clark conseguiu uma bela bandeja de costas, diminuindo parcialmente o prejuízo. O placar final do primeiro período foi de 25 a 22 para os mandantes.
Erros cruciais e aumento da vantagem adversária
No segundo quarto, o confronto ganhou contornos mais físicos, especialmente com a disputa entre os pivôs Lucas Cauê e Dikembe, que se enfrentaram intensamente em jogadas de ataque e defesa. Durante boa parte do período, o placar oscilou com as equipes trocando pontos. Contudo, foi o Corinthians quem cometeu mais erros cruciais, especialmente nos passes e na transição ofensiva.
Restando cinco minutos para o fim do segundo quarto, a equipe paulista acumulou perdas de posse que se traduziram em contra-ataques eficientes do União Corinthians. O placar, então, subiu para 37 a 28, sob muitos aplausos da torcida local. Ainda que Victão, Melvin Johnson e Munford tenham convertido bolas de longa distância, a equipe gaúcha respondeu na mesma moeda, com arremessos de Duane Johnson, Jony Machuca e Dos Anjos.
Ao fim da primeira etapa, o placar já mostrava uma realidade preocupante para os visitantes: 52 a 41 a favor do União Corinthians, uma vantagem de 11 pontos que refletia a superioridade tática e emocional da equipe da casa.
Desmoronando no terceiro período
O retorno dos vestiários trouxe ainda mais dificuldades para o Corinthians. A equipe gaúcha voltou com uma performance avassaladora, calibrando os arremessos e elevando o nível da defesa. Restando sete minutos para o término do terceiro quarto, a vantagem já havia saltado para 18 pontos, e a pontuação marcava 71 a 47.
O Corinthians, por sua vez, apresentava extrema dificuldade em criar jogadas ofensivas. A marcação adversária asfixiava os principais armadores e anulava as movimentações no perímetro. O técnico Jece Leite promoveu alterações tentando buscar alternativas, mas nada parecia funcionar. O terceiro quarto terminou com o placar marcando 73 a 52 para os donos da casa.
Vantagem irreversível e domínio até o fim
No último quarto, o Corinthians iniciou tentando impor um ritmo mais agressivo. A equipe conseguiu diminuir a diferença para 19 pontos, ensaiando uma reação que empolgou por breves minutos os torcedores mais otimistas. Entretanto, a desvantagem construída era grande demais para ser revertida em tão pouco tempo, e o domínio do União Corinthians se impôs mais uma vez.
A torcida local, empolgada com a superioridade apresentada por seus jogadores, chegou a entoar gritos de olé nas trocas de passes. O time gaúcho manteve o controle total das ações até o apito final, e selou a vitória com o expressivo placar de 93 a 71.
Escalações e destaques
Jece Leite lançou em quadra a formação inicial com Victão, Munford, Melvin Johnson, Lucas Cauê e Elinho. O banco contou com as presenças de Thornton, Tico Faria, Alisson, Jamelão, Du Sommer, Kauan Raymundo, Elyjah Clark e Cauê Borges, este último retornando após ausência nos últimos jogos.
Do lado do União Corinthians, o quinteto inicial foi formado por Anjos, Vithinho, Veríssimo, Duane Johnson e Barber. Todos tiveram papel fundamental no desempenho coletivo que levou à vitória.
Panorama da série e próximos confrontos
Com a derrota, o Corinthians agora vê a série das oitavas de final empatada em 1 a 1. O próximo confronto está marcado para a próxima quarta-feira, dia 20, novamente no Ginásio Arnão, às 19h30. Será mais uma partida fora de casa, e, diante da exibição do adversário no segundo jogo, o Timão precisará de uma significativa melhora, especialmente na consistência defensiva e no aproveitamento ofensivo.
O quarto jogo da série será disputado no Ginásio Wlamir Marques, em São Paulo, onde o Corinthians espera contar com o apoio de sua torcida para buscar a recuperação. Caso haja necessidade de uma quinta e decisiva partida, ela também será realizada em Santa Cruz do Sul, novamente sob o mando do União Corinthians.
Reflexão e necessidade de resposta
A derrota por 22 pontos não foi apenas uma oscilação de desempenho. Ela expôs fragilidades táticas e emocionais de uma equipe que começou a série em vantagem, mas não soube manter a concentração em um jogo crucial. O técnico Jece Leite terá muito trabalho nos dias que antecedem o próximo duelo, seja na tentativa de ajustar o posicionamento defensivo, melhorar a movimentação ofensiva ou recuperar a confiança de jogadores fundamentais.
O torcedor corinthiano, acostumado a ver sua equipe lutar com bravura em quadra, deixou o confronto com um gosto amargo. O time não demonstrou a combatividade esperada e foi completamente envolvido pelo adversário. Para manter vivas as esperanças na competição, o Timão terá que se reinventar, resgatar sua identidade e apresentar uma atuação muito mais sólida na sequência da série.