🏀NBB 2024/2025 – 1° rodada – Corinthians 86×89 Pato (PR)

Corinthians reage, emociona, mas apaga nos momentos decisivos e amarga segunda derrota no NBB

Por mais que a esperança tenha reacendido no último quarto, o Corinthians não conseguiu evitar mais uma derrota no início do Novo Basquete Brasil 2024/25. No Ginásio Wlamir Marques, na noite desta segunda-feira, o Timão foi superado pelo Pato Basquete por 89 a 86, em um duelo que escancarou o espírito de luta alvinegro, mas também um preocupante colapso nos momentos derradeiros.

Diante da sua torcida e com um elenco experiente, o Corinthians oscilou entre a imposição e a desconexão ao longo da partida. Mesmo após um segundo quarto desastroso e um terceiro período de altos e baixos, a equipe comandada por Jece Leite conseguiu se reinventar e chegou a virar o placar, no entanto, quando o jogo exigia frieza e execução nos detalhes, o Timão sofreu um novo apagão — o segundo em dois jogos — e cedeu a vitória ao adversário.

Escalações e contexto

Jece Leite manteve a espinha dorsal utilizada no Campeonato Paulista, com o retorno de Cauê Borges ao quinteto titular. O Corinthians começou o jogo com Thornton, Victão, Cauê Borges, Du Sommer e Elinho. No banco, ficaram Tico Faria, Alisson, Cardoso, Jamelão, Munford, Lucas Cauê e Melvin Johnson.

Pelo lado do Pato Basquete, a formação inicial contou com Cauê, Materan, Novaes, Barnes e Arthur. E foi justamente Novaes quem se tornou o pesadelo corinthiano na noite: 32 pontos, 12 rebotes e uma atuação dominante no garrafão.

Primeiro tempo: intensidade e descontrole

O Corinthians começou bem. O primeiro quarto foi equilibrado, com Victão aparecendo como peça fundamental no ataque e garantindo a leve vantagem de 25 a 22 no placar parcial. Melvin Johnson trouxe energia do banco, e o Timão parecia construir um bom caminho.

Mas bastaram alguns minutos do segundo quarto para o controle escapar das mãos alvinegras. O Pato cresceu ofensivamente, dominou os rebotes e aproveitou a inconsistência ofensiva do Timão, especialmente após erros de execução e tomadas de decisão questionáveis. Novaes impôs presença dentro do garrafão, Materan castigou no perímetro, e a vantagem paranaense foi construída com naturalidade, encerrando a parcial em 47 a 41.

Reação na raça e coração na ponta dos dedos

O terceiro quarto começou com mais um baque: o Pato abriu 16 pontos de frente e ameaçava transformar o jogo em uma tragédia esportiva para o Corinthians. Mas foi nesse momento que o espírito do time apareceu. Victão liderou a recuperação, Cauê Borges incendiou o jogo com roubos de bola e cestas de três, e Thornton converteu uma jogada de quatro pontos que trouxe o ginásio abaixo. A desvantagem caiu para apenas um ponto: 66 a 63 ao fim do terceiro período.

O último quarto parecia escrito para uma virada heroica. Cauê Borges empatou o jogo com uma enterrada explosiva. Depois, recolocou o Corinthians na frente, empurrado por uma defesa mais agressiva e rebotes importantes. Tico Faria e Du Sommer também contribuíram com bolas do perímetro. A torcida, que chegou a se calar no segundo quarto, voltou a rugir.

Mas, como num pesadelo repetido, o Corinthians travou quando não podia. Nos minutos finais, vieram os erros cruciais: uma falta antidesportiva, uma condução de Victão, um arremesso livre desperdiçado por Thornton a menos de 10 segundos do fim. O Pato aproveitou as falhas e garantiu a vitória em uma sequência de lances livres — Michel foi frio e matou o jogo da linha.

Caiu lutando, mas caiu de novo

O placar final de 89 a 86 deixa um gosto amargo e a certeza de que a equipe tem força, mas precisa amadurecer. O Corinthians teve a posse final para levar a partida à prorrogação ou até mesmo virar, mas faltou execução. Faltou calma. Faltou a frieza que define os grandes times.

É a segunda derrota consecutiva em casa. Na estreia, o Timão também perdeu no Wlamir Marques, diante do São Paulo, com um colapso nos minutos finais. A repetição do roteiro acende um sinal de alerta. O time tem volume, talento, e um banco profundo — mas sofre com a instabilidade emocional nos momentos de decisão.

Cauê Borges (19 pontos, 6 assistências) e Victão (18 pontos, 13 rebotes) deixaram tudo em quadra. Thornton, apesar do erro derradeiro, também foi importante. Mas fica difícil vencer quando o adversário, como foi o caso de Novaes, tem liberdade para dominar o garrafão durante 40 minutos.

E agora?

O Corinthians volta à quadra no sábado, às 17h, novamente no Wlamir Marques, para enfrentar o São Paulo. O clássico, que já teria naturalmente um peso grande, agora ganha tons de urgência. É preciso vencer para não ver a crise se instaurar precocemente na temporada.

Abaixo os melhores momentos da partida

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