🏀Paulista de Basquete 2024 – 1° Turno – 1° rodada – Mogi 59×54 Corinthians

Corinthians lidera por três quartos, mas sofre virada amarga para o Mogi na estreia do Paulista de Basquete

Em uma noite que começou promissora, mas terminou com gosto amargo, o Corinthians estreou com derrota no Campeonato Paulista de Basquete 2024. Atuando fora de casa, no Ginásio Professor Hugo Ramos, o Timão chegou a liderar o placar por quase toda a partida, mas cedeu nos minutos finais e acabou superado pelo Mogi Basquete por 59 a 54.

A equipe comandada por Jece Leite mostrou consistência e dominou os três primeiros períodos da partida. Porém, no último quarto, caiu drasticamente de rendimento. Com falhas ofensivas, perdas de posse e uma defesa que não conseguiu conter as investidas adversárias, o Corinthians viu sua vantagem ruir e o placar escapar entre os dedos. A estreia, que poderia ser marcada por um início positivo de temporada, tornou-se um alerta precoce para os desafios que o grupo terá de enfrentar.

Primeiro tempo com bom ritmo e domínio alvinegro

Mesmo desfalcado de nomes importantes como Elyjah Clark, lesionado, e Melvin Johnson, ainda não regularizado, o Timão começou o jogo com personalidade. Jece Leite optou por um quinteto com Elinho, Cauê Borges, Rafael Munford, Vitão e Du Sommer, e foi recompensado com um início promissor.

No primeiro quarto, Elinho, remanescente da última temporada, foi o grande nome, distribuindo o jogo e encontrando bons espaços para infiltrações. O Corinthians chegou a abrir sete pontos de vantagem, sustentando o placar com boas transições e arremessos precisos. Ainda que Mogi tenha reagido no fim, o Timão fechou o período na frente: 20 a 17.

O segundo quarto trouxe um Corinthians firme na defesa e produtivo no ataque, com Du Sommer dominando o garrafão e Cauê Borges pontuando bem nas bolas de média distância. Apesar de chances desperdiçadas — como uma bandeja inacreditavelmente errada por Jonathan, livre em contra-ataque —, a equipe manteve o controle emocional e técnico do jogo. No intervalo, o placar marcava 30 a 27 para o alvinegro.

Timão segura a vantagem, mas sinais de alerta aparecem no terceiro quarto

O início do terceiro período trouxe instabilidade. O Corinthians demorou a encontrar ritmo ofensivo e permitiu o empate do Mogi. Jece Leite, atento à queda de intensidade, solicitou tempo técnico que surtiu efeito. A equipe reagiu rapidamente, com boas ações de Munford, em sua estreia, e Du Sommer, que seguiu sendo peça central no garrafão.

O Timão conseguiu retomar a liderança e chegou ao fim do terceiro quarto com cinco pontos de frente: 49 a 44. Mas mesmo com a vantagem, já era perceptível uma oscilação na fluidez das jogadas e no volume de jogo — um prenúncio do que viria no último período.

Último quarto trágico: apagão ofensivo e virada mogiana

No quarto decisivo, o Corinthians simplesmente não conseguiu jogar. Logo nos primeiros minutos, Edu Marília apareceu com duas jogadas fundamentais para o Mogi, que rapidamente encostou no placar. O pedido de tempo de Jece Leite não foi suficiente para corrigir os erros.

Os turnovers passaram a se acumular, as transições ofensivas se tornaram previsíveis e a defesa, que havia se mostrado sólida nos três primeiros quartos, deu espaço para Anthony Harris dominar as ações pelo lado mogiano. O Corinthians parecia travado, tanto fisicamente quanto psicologicamente. As oportunidades deixadas pelo caminho nos momentos anteriores cobraram o preço.

A virada foi inevitável e, com ela, a derrota por 59 a 54. Um placar magro, mas carregado de significados: de um lado, o alerta de que a consistência ainda precisa ser construída; de outro, a frustração de perder um jogo em que se liderou por mais de 30 minutos.

Análise: potencial existe, mas regularidade será essencial

A derrota não deve ser encarada com desespero, mas serve como termômetro. A equipe mostrou bons momentos e tem nomes capazes de fazer a diferença. Elinho segue como referência na armação; Du Sommer mostrou vigor e presença no garrafão; Cauê Borges tem qualidade ofensiva e Munford, mesmo estreando, já deixou boas impressões.

Contudo, o time precisa aprender a matar jogos. A queda de produção no último quarto escancarou uma fragilidade coletiva no momento decisivo. O Corinthians precisa de mais frieza, de melhores decisões nas posses finais e de equilíbrio emocional para sustentar a liderança quando a pressão aumenta.

A ausência de peças importantes também pesou. O retorno de Elyjah Clark e a estreia de Melvin Johnson devem dar mais profundidade e alternativas ao treinador.

Próximo desafio

O Corinthians volta à quadra na próxima segunda-feira, às 19h, no Ginásio Wlamir Marques. O adversário será o Basquete Osasco, pela segunda rodada do Paulista. O reencontro com a Fiel será uma oportunidade de buscar a recuperação e, mais do que isso, de reencontrar o bom basquete por quatro períodos.

A torcida sabe que é cedo, mas espera mais. A camisa pesa, a responsabilidade é grande — e o talento existe. Agora, é hora de transformar potencial em resultado.

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