Corinthians é eliminado da Copa do Brasil de Futsal em casa e decepciona a Fiel
Timão perde mais uma para o Jaraguá, vê pressão ofensiva não surtir efeito e dá adeus ao sonho do título
Na noite desta terça-feira (16), o Corinthians protagonizou mais um capítulo frustrante em sua temporada no futsal.
Jogando dentro do Ginásio Wlamir Marques, o Timão foi derrotado por 4 a 2 pelo Jaraguá e acabou eliminado da Copa do Brasil de Futsal já na primeira fase. Após perder o jogo de ida, fora de casa, a equipe precisava vencer no tempo normal para forçar a prorrogação — mas sequer isso conseguiu.
Após um começo até empolgante na temporada, no primeiro desafio mais complicado, o Corinthians foi eliminado com duas derrotas acachapantes.
A atuação foi marcada por falhas defensivas, ineficiência ofensiva e um adversário que soube explorar as brechas alvinegras com maturidade. Mesmo com o apoio da Fiel e com o uso do goleiro-linha na segunda etapa, o Corinthians sucumbiu, deu espaço para o Jaraguá matar o jogo e se despediu precocemente de mais uma competição.
Eliminação em casa, diante da torcida, com um desempenho que deixou muito a desejar — algo que definitivamente não está à altura da tradição e do investimento da camisa corinthiana no futsal nacional.
Escalação: mudança pontual não resolve
O técnico Deividy Hadson promoveu apenas uma alteração na equipe titular em relação ao último jogo: Canabarro entrou na vaga de Igor Carioca. Com isso, o Corinthians começou com Lucas Oliveira; Lucas Martins, Canabarro, Luisinho e Deives.
No banco de reservas, estavam à disposição: Rhuan Casillas, João, Sinésio, Gugu Flores, Gui, Igor Carioca, Cardinal, Ronaldinho e Daniel Japonês.
O Jaraguá, por sua vez, entrou em quadra com: Nicolas; Leco, Pedrinho, Yan e Eka.
Primeiro tempo: um pesadelo em quadra
O início parecia promissor. No primeiro minuto de jogo, Deives recebeu ótimo passe de Canabarro e bateu de primeira, obrigando Nicolas a fazer uma boa defesa. O Corinthians pressionava, dominava as ações iniciais e dava a impressão de que tomaria as rédeas do jogo.
Mas foi só ilusão.
Com menos de cinco minutos, a defesa alvinegra falhou feio, permitindo que Felipe abrisse o placar para o Jaraguá em um chute cruzado, desviado antes de entrar. O golpe foi duro, mas ficou ainda pior dois minutos depois: em cobrança de escanteio, Bruninho acertou um chute fulminante, ampliando para os visitantes. 2 a 0.
Era difícil de acreditar. O Corinthians, que havia começado bem, agora estava completamente atordoado. Deividy Hadson pediu tempo, reorganizou a equipe e viu uma reação tímida: em jogada de escanteio, Cardinal apareceu livre na segunda trave e descontou. 2 a 1.
O gol inflamou o time e a torcida, mas a reação morreu no berço. Em mais uma falha defensiva, Bruninho voltou a marcar após jogada pela direita que sobrou limpa para ele no meio da área. 3 a 1 para o Jaraguá. Um silêncio tomou conta do ginásio.
Nos minutos finais da etapa, o Corinthians pressionou, tentou, mas esbarrou em uma defesa sólida e em uma arbitragem que, mais uma vez, foi duramente criticada pelos atletas e torcida. Faltas não marcadas, vantagem não aplicada e faltas invertidas inflamaram os ânimos e geraram reclamações veementes. Mas a realidade era simples: o Timão foi para o intervalo atrás no placar, no desempenho e no espírito.
Segundo tempo: muita vontade, pouca efetividade
Deividy promoveu mudança no retorno: Gui entrou no lugar de Luisinho para dar mais dinamismo. O Corinthians passou a controlar completamente as ações ofensivas, arriscando com chutes de fora e jogadas rápidas. Mas era um time afobado, ansioso, tentando resolver tudo na pressa, como se o desespero já tivesse batido antes da metade da etapa.
A melhor chance veio de onde ninguém esperava: o goleiro Lucas Oliveira avançou com liberdade pela esquerda e chutou cruzado, com a bola passando raspando a trave. Pouco depois, Cardinal desperdiçou uma cabeçada na segunda trave e errou um passe em contra-ataque com Daniel Japonês. O pivô português tentou muito, mas claramente não estava em sua melhor noite.
Com o relógio correndo contra, o Corinthians arriscou o tudo ou nada. A equipe passou a jogar com goleiro-linha, com Deives assumindo a função, mantendo o time no campo ofensivo. A pressão era enorme. Os chutes eram constantes, mas o Jaraguá estava preparado: bloqueios em sequência, reposicionamento rápido e um Nicolas absolutamente impecável no gol.
E, para piorar, veio o golpe de misericórdia.
Em passe errado com o time completamente exposto, Leco interceptou e, da própria quadra, finalizou com o gol vazio. A bola morreu nas redes e selou o destino da partida: 4 a 1. Era a eliminação escancarada, humilhante, sem apelação.
Luisinho ainda descontou no último minuto, em chute rasteiro. Mas era tarde demais. O placar final de 4 a 2 confirmou a eliminação precoce, vergonhosa, de um dos maiores clubes do futsal brasileiro ainda na primeira fase da Copa do Brasil.
Clima tenso e futuro indefinido
A eliminação gerou tensão dentro e fora de quadra. Nos segundos finais, houve princípio de confusão entre jogadores, reclamações contra a arbitragem e muita frustração da torcida presente no Wlamir Marques. A derrota em casa e a forma como o time foi batido deixaram claro: algo precisa mudar.
O Corinthians tem elenco, tem estrutura e tem torcida, mas precisa urgentemente reencontrar sua identidade em quadra. A falta de concentração defensiva, a pouca eficácia ofensiva e a repetição de erros decisivos em jogos importantes têm custado caro ao clube.
Agenda: foco na Liga Nacional de Futsal
Agora, o foco do Timão se volta totalmente à Liga Nacional de Futsal (LNF). No próximo domingo (21), às 10h, o Corinthians encara o Atlântico, em Erechim, pela quarta rodada da competição. Um duelo complicado fora de casa, onde a equipe será obrigada a dar uma resposta à altura da camisa que veste.
E o Corinthians precisa urgentemente voltar a ser o Corinthians