Corinthians conquista primeira vitória no retorno do basquete feminino com atuação dominante sobre o Ponta Grossa na LBF
Em uma noite de afirmação e recuperação, o basquete feminino do Corinthians conquistou sua primeira vitória oficial desde a reativação da equipe. Jogando fora de casa, no Ginásio Borell Du Vernay, em Ponta Grossa (PR), o Timão foi superior desde o primeiro quarto e derrotou as donas da casa por expressivos 72 a 50, pela segunda rodada da Liga de Basquete Feminino (LBF) 2024.
O triunfo serviu como resposta imediata à derrota sofrida na estreia contra o São José, no Ginásio Wlamir Marques, e reforça a confiança de um elenco que volta à elite do basquete nacional após anos de ausência. A pivô Clarissa, com mais um duplo-duplo – 14 pontos e 12 rebotes –, foi o grande nome da partida, enquanto Mari Dias brilhou como cestinha corinthiana, anotando 17 pontos, além de cinco rebotes e duas assistências.
Primeira vitória e recomeço promissor
A vitória do Timão tem sabor especial. Desde a reativação da equipe feminina, o clube iniciou um novo ciclo com a missão de reestruturar sua tradição na modalidade. A LBF 2024 marca o retorno oficial do time à competição nacional, após um hiato de mais de uma década desde a última participação relevante do Corinthians no cenário feminino adulto.
Sob o comando do técnico Cristiano Cedra, o Corinthians apresentou evolução em relação à estreia. A equipe mostrou mais organização tática, confiança nos arremessos e eficiência nos rebotes, especialmente ofensivos, que garantiram segundas chances importantes ao longo do jogo.
Desfalque e ajustes na escalação
Para o duelo contra o Ponta Grossa, o Corinthians teve um desfalque importante: a experiente Gil Justino, que recebeu uma falta desqualificante na estreia e precisou cumprir suspensão automática. Em sua ausência, Cedra promoveu alterações no quinteto titular, que entrou em quadra com Clarissa, Mari Dias, Ariadna Capiró, Julia Schmauch e Micaela Duarte.
As mudanças surtiram efeito imediato. Desde os primeiros minutos, a equipe alvinegra se impôs em quadra, aproveitando a fragilidade defensiva da equipe paranaense para construir uma vantagem sólida ainda no primeiro quarto.
Domínio desde o início
O Corinthians começou o jogo em ritmo acelerado. A defesa agressiva permitiu roubos de bola e contra-ataques rápidos, enquanto o domínio nos rebotes por Clarissa proporcionava segundas oportunidades de ataque. Mari Dias acertou a primeira bola de três da partida, e o placar rapidamente indicava oito pontos de vantagem, forçando um pedido de tempo do técnico rival.
Thalita Silva, vinda do banco, também deixou sua marca ao converter mais uma bola de três, elevando o placar corinthiano a 18 pontos. Mesmo com uma falta em Karina Jacob nos segundos finais, que rendeu três lances livres convertidos, o Timão fechou o primeiro quarto com vantagem confortável: 19 a 8.
Oscilações e retomada
O segundo quarto apresentou dificuldades. O aproveitamento ofensivo do Corinthians caiu, e o Ponta Grossa aproveitou para reduzir a diferença, anotando duas cestas em sequência. Vendo a equipe se desorganizar, Cristiano Cedra parou o jogo e reorganizou o time. A resposta veio com uma cesta simples seguida por uma bela bola de três de Micaela Duarte, além de uma jogada de três pontos de Ariadna, com cesta e lance livre convertido.
Mesmo com boa reação das mandantes, o Timão conseguiu ir para o intervalo vencendo por 31 a 23, mantendo o controle do jogo, mas com alerta ligado.
Reação contida e força no garrafão
O terceiro período começou com susto. O Ponta Grossa acertou dois arremessos, incluindo um do perímetro, e reduziu a diferença para apenas cinco pontos – a menor até então. Mas Clarissa apareceu novamente com autoridade: após pegar novo rebote ofensivo, a pivô anotou mais dois pontos. Na sequência, Mari converteu dois lances livres, e Julia Schmauch acertou um arremesso de três que reacendeu o domínio corinthiano, elevando a diferença a 14 pontos.
Apesar de uma breve oscilação no fim do terceiro quarto, com cinco pontos seguidos do time da casa, o Corinthians manteve o controle, encerrando o período com vantagem: 45 a 38.
Consistência no momento decisivo
O último quarto foi o mais tranquilo para o Corinthians. Logo nos primeiros minutos, Micaela Duarte acertou mais uma bela bola de três, e, mesmo com resposta imediata do Ponta Grossa, o Timão manteve o ritmo com outra conversão de Micaela. O relógio jogava a favor das visitantes, que administravam o tempo e a vantagem com inteligência.
Julia Schmauch brilhou em jogada individual, passando por duas defensoras e fazendo uma bandeja plástica. Tati Pacheco, que ainda não havia pontuado, apareceu bem em contra-ataque para ampliar a vantagem para 61 a 45.
No fim, ainda houve tempo para mais uma cesta de três de Micaela, sacramentando a vitória com autoridade: 72 a 50. A diferença de 22 pontos é a maior registrada pelo time desde sua reativação e demonstra o potencial de crescimento da equipe.
Clarissa e Mari: pilares do elenco
O desempenho de Clarissa e Mari Dias foi decisivo para o triunfo. A pivô, veterana com passagem pela Seleção Brasileira, segue demonstrando o porquê de ser considerada um dos grandes nomes da história recente do basquete nacional. Com mais um duplo-duplo, ela comandou a equipe nos dois lados da quadra.
Mari Dias, por sua vez, tem se consolidado como uma das líderes técnicas do grupo. Seus 17 pontos vieram em momentos importantes, além de demonstrar inteligência na movimentação ofensiva e leitura de jogo.
Próximo desafio
A equipe do Parque São Jorge já se prepara para a sequência da LBF. No próximo domingo, 14 de abril, às 16h, o Corinthians encara o Unisociesc/Blumenau, fora de casa, no Ginásio Galegão. O confronto será válido pela terceira rodada da competição.
A expectativa é de um duelo equilibrado, já que o Blumenau também figura entre as equipes com tradição na liga. Uma vitória fora de casa pode consolidar a arrancada do Timão na briga por uma vaga entre os oito primeiros, que avançam às quartas de final da LBF.
Retorno promissor e apoio da Fiel
A vitória sobre o Ponta Grossa representa mais do que dois pontos na tabela. É a confirmação de que o Corinthians Feminino está no caminho certo na construção de um novo ciclo. O trabalho de reconstrução comandado por Cristiano Cedra começa a dar frutos, e o envolvimento da Fiel com a equipe é um trunfo que pode fazer a diferença ao longo da temporada.
O retorno do basquete feminino alvinegro é, acima de tudo, uma vitória da modalidade. O investimento, a seriedade e o carinho da torcida mostram que há espaço e demanda por um projeto sólido e duradouro.
O Corinthians está de volta. E voltou para vencer.