Corinthians vence o Cruzeiro e conquista o tricampeonato da Supercopa Feminina em jogo decidido na bola parada
Na Neo Química Arena, diante de sua torcida, Timão supera adversidades, derrota o Cruzeiro por 1 a 0 e levanta o terceiro título consecutivo da Supercopa do Brasil Feminina
O Corinthians Feminino é tricampeão da Supercopa do Brasil! Na manhã deste domingo (18), em uma Neo Química Arena com um bom público e clima decisivo, o Timão superou o Cruzeiro por 1 a 0, em uma partida truncada e equilibrada, resolvida com um gol de Duda Sampaio em cobrança de falta. Com a conquista, as Brabas reafirmam sua hegemonia no futebol feminino nacional, vencendo todas as edições da Supercopa desde sua criação.
O duelo teve todos os ingredientes de uma final: tensão, marcação forte, polêmicas, e, claro, explosão de alegria no apito final. A equipe comandada por Lucas Piccinato demonstrou maturidade, mesmo com desfalques importantes, e soube administrar o placar mínimo após o gol marcado no início da segunda etapa. Ao Cruzeiro, restou o lamento por dois gols anulados corretamente, um em cada tempo, e a frustração por não conseguir superar o forte sistema defensivo corinthiano.
Primeiro tempo travado e equilibrado
Logo nos primeiros minutos, o Corinthians tentou impor seu estilo de posse de bola e pressão no campo de ataque, com apoio maciço da torcida. Entretanto, a marcação bem postada do Cruzeiro impôs dificuldades ao time alvinegro, que não conseguia transformar a posse em chances reais de gol.
A primeira grande emoção da partida, porém, veio do lado celeste. Em uma escapada rápida, o Cruzeiro chegou a balançar as redes após falha defensiva do Timão. No entanto, a bandeira se levantou de imediato, marcando impedimento na origem do lance. O VAR confirmou a posição irregular, e o placar permaneceu zerado.
O susto serviu como alerta para o Corinthians, que passou a acelerar mais suas ações ofensivas. Com Gabi Zanotti e Duda Sampaio próximas das atacantes, o Timão buscava encontrar espaços, especialmente pelos lados com Gabi Portilho e Jaqueline. Ainda assim, a forte marcação celeste impedia maiores avanços.
A bola parada passou a ser a principal arma corinthiana. Yasmim levou perigo em cobranças fechadas, e Duda Sampaio quase marcou em chute desviado, que tirou tinta da trave. Jaqueline e Portilho também arriscaram de fora da área, mas sem sucesso.
Nos acréscimos, o Corinthians teve a melhor oportunidade do primeiro tempo. Em jogada ensaiada, Duda rolou para Gabi Portilho, que bateu firme. A bola, no entanto, explodiu na rede pelo lado de fora. O primeiro tempo terminou sem gols, mas com uma promessa de mais emoção na etapa final.
Gol no início do segundo tempo define a conquista
Sem alterações no intervalo, o Corinthians voltou com tudo para o segundo tempo — e encontrou o caminho do gol logo nos primeiros minutos. Jaqueline, com categoria, aplicou uma bela carretilha sobre a marcadora e foi derrubada na sequência. Na cobrança de falta, Duda Sampaio mandou rasteiro, no canto da goleira cruzeirense, abrindo o placar e fazendo explodir a Neo Química Arena: 1 a 0 para o Timão.
O gol deu mais confiança às Brabas, que passaram a dominar as ações. Aos 11, Gabi Portilho ficou cara a cara com a goleira após lançamento em profundidade. Ela tentou a cavadinha, mas a bola explodiu no travessão. No rebote, Jaqueline mandou para fora. A vantagem poderia ter sido ampliada ali.
O Cruzeiro, sentindo o impacto do gol, passou a cometer mais erros, especialmente no setor de meio-campo. Ainda assim, as mineiras não desistiram e, após alterações promovidas por Jonas Urias, conseguiram reequilibrar o confronto.
Aos 34 minutos, o susto final: Byanca Brasil dominou dentro da área e marcou um bonito gol, mas o VAR detectou toque de mão no domínio. O gol foi corretamente anulado, e a festa corinthiana apenas se adiou.
Administração, apito final e festa do título
Nos minutos finais, o Corinthians soube controlar o ritmo da partida. Mesmo com as tentativas do Cruzeiro em buscar o empate, a defesa alvinegra, bem protegida por Tarciane, Mariza e a segura goleira Kemelli, não deu brechas. O relógio correu, os acréscimos foram administrados com inteligência, e o grito de “É campeão!” ecoou novamente no estádio.
Com o apito final, as jogadoras se reuniram no centro do gramado para comemorar o título inédito para algumas e a manutenção da hegemonia nacional para o clube. Foi o terceiro título consecutivo do Corinthians na Supercopa do Brasil Feminina, feito que o isola como maior campeão do torneio.
Campanha invicta
O título coroa uma campanha invicta das Brabas na edição de 2025. O time estreou com goleada, superou a sempre difícil Ferroviária na semifinal — em mais um jogo marcado por tensão e forte marcação — e, por fim, derrotou o Cruzeiro na final, com autoridade.
Além disso, o técnico Lucas Piccinato teve que lidar com um elenco desfalcado em boa parte do torneio. Jogadoras como Lelê, Tamires, Erika, Ellen, Carol Nogueira e Daniela Arias não estiveram à disposição por lesão, transição ou convocações. Ainda assim, o Timão demonstrou a profundidade e qualidade de seu elenco.
Próximos desafios
Com a conquista, o Corinthians agora volta suas atenções para as demais competições da temporada. As Brabas disputarão o Campeonato Brasileiro, o Campeonato Paulista e a tão sonhada Copa Libertadores, competição que o clube também lidera em número de conquistas.
O elenco terá alguns dias de descanso e, em seguida, retornará aos treinamentos no CT para dar sequência ao planejamento da comissão técnica. A expectativa é de que algumas das jogadoras em processo de recuperação possam estar à disposição para os próximos compromissos.
Ficha técnica
Corinthians 1 x 0 Cruzeiro
Competição: Final – Supercopa do Brasil Feminina 2025
Data: Domingo, 18 de fevereiro de 2025
Local: Neo Química Arena, São Paulo (SP)
Público: Não divulgado
Gol: Duda Sampaio (Corinthians), aos 4′ do 2º tempo
Cartões amarelos: Clara (Cruzeiro), Calhau (Cruzeiro), Mariza (Corinthians)
Corinthians: Kemelli; Isabela, Tarciane, Mariza e Yasmin; Ju Ferreira (Yaya), Duda Sampaio, Gabi Zanotti (Vic Albuquerque); Jaqueline, Gabi Portilho e Millene (Jheniffer).
Técnico: Lucas Piccinato.
Cruzeiro: Taty Amaro; Límpia Fretes, Carla Ambrózio, Calhau, Clara; Paloma Maciel, Rafa Andrade, Maii Maii; Sandoval, Byanca Brasil e Marília.
Técnico: Jonas Urias.