Corinthians domina a Ferroviária na Neo Química Arena e garante vaga em mais uma final da Supercopa Feminina
Com gols de Mariza e Gabi Zanotti, Brabas superam jogo truncado, impõem seu ritmo e chegam à decisão contra o Cruzeiro
O Corinthians Feminino segue fazendo história no futebol brasileiro. Na tarde desta quinta-feira (15), na Neo Química Arena, as Brabas confirmaram mais uma vez sua força ao vencer a tradicional equipe da Ferroviária por 2 a 0, em duelo válido pela semifinal da Supercopa do Brasil Feminina. Com uma atuação sólida e eficiente, o time alvinegro soube controlar as ações mesmo em meio ao jogo truncado e repleto de faltas, garantindo presença em mais uma decisão nacional.
Diante de quase 9 mil torcedores que compareceram ao estádio em Itaquera, as comandadas de Lucas Piccinato encontraram um adversário aguerrido, mas conseguiram abrir vantagem ainda no primeiro tempo com Mariza e Gabi Zanotti, dois nomes simbólicos da campanha corinthiana. A vitória, mais do que merecida, reafirma o protagonismo do Corinthians no cenário do futebol feminino, consolidando o projeto vencedor que há anos domina os gramados do país.
Com o triunfo, o Timão assegurou vaga na final da competição, onde enfrentará o Cruzeiro, em duelo previsto para o próximo domingo (18), também com mando corinthiano, graças à melhor campanha. Será mais uma oportunidade para as Brabas ampliarem sua galeria de títulos e confirmarem, mais uma vez, que a hegemonia segue preta e branca.
Desfalques importantes não abalam força coletiva
Para o confronto decisivo, o técnico Lucas Piccinato teve que lidar com nada menos que sete desfalques. A goleira Lelê, a zagueira Erika, a lateral Carol Nogueira, a meio-campista Ellen, a atacante Jhonson, além de Daniela Arias (convocada para a seleção colombiana) e Tamires (em preparação física diferenciada) estavam indisponíveis.
Ainda assim, o Corinthians apresentou um time competitivo e extremamente entrosado. Com Kemelli no gol; Isabela, Tarciane, Mariza e Yasmim na defesa; Ju Ferreira, Yaya e Gabi Zanotti no meio-campo; e o trio ofensivo formado por Jaqueline, Gabi Portilho e Millene, o time manteve sua essência: pressão alta, intensidade e controle de posse.
A Ferroviária, comandada por Jéssica de Lima, entrou em campo com Luciana; Katiuscia, Andressa, Luana e Katiele; Nicoly, Duda e Micaely; Neném, Mylena e Aline Gomes. A equipe de Araraquara até tentou neutralizar o ímpeto corinthiano com um estilo de jogo mais físico, mas não conseguiu conter a superioridade técnica do adversário.
Primeiro tempo: pressão alvinegra e vantagem construída
Desde o apito inicial, o Corinthians procurou impor seu ritmo, ainda que as constantes faltas tenham interrompido a fluidez da partida. A primeira chegada clara, no entanto, foi da Ferroviária, com Aline Gomes finalizando para boa defesa de Kemelli logo aos dois minutos. Mas foi apenas um susto passageiro.
A resposta corinthiana veio em sequência com investidas de Isabela, Gabi Portilho e Millene, que criaram boas situações pelo lado direito. Aos 18 minutos, Portilho ganhou escanteio após cruzamento bloqueado. Na cobrança de Yasmim, a defesa afastou, mas o Corinthians seguiu pressionando.
Aos 23 minutos, Millene chegou a balançar as redes em jogada com Gabi Zanotti, mas o gol foi anulado por toque de mão da atacante na hora do domínio. Ainda assim, o gol estava amadurecendo — e veio pouco depois, aos 26 minutos. Em cobrança de falta de Yasmim na primeira trave, Mariza se antecipou à zaga e se jogou na bola, abrindo o placar de forma merecida.
O Timão cresceu no jogo e quase ampliou logo em seguida. Gabi Portilho fez bela jogada e chutou cruzado, a bola passou raspando a trave. Aos 39, Millene arriscou de fora da área após boa troca de passes com Zanotti e Yaya, mas Luciana defendeu.
A Ferroviária respondeu em um lance de perigo com Duda Sampaio, que soltou uma bomba de longe e acertou o travessão de Kemelli, no que seria o único momento real de perigo da equipe visitante na primeira etapa.
O Corinthians não se intimidou e, no último lance do primeiro tempo, ampliou o placar. Em transição rápida, Gabi Portilho arrancou pela direita e encontrou Gabi Zanotti livre na entrada da área. A camisa 10 finalizou com categoria, sem chances para Luciana, decretando 2 a 0 e levando o Timão em vantagem para o intervalo.
Segundo tempo: cadência, controle e defesa segura
A segunda etapa começou com o mesmo panorama: muita luta no meio de campo e faltas em sequência. Aos sete minutos, Mylena tentou de fora da área, mas parou em Kemelli, que mostrou segurança em todas as bolas aéreas e chutes rasteiros.
A Ferroviária tentou aumentar o volume ofensivo e conseguiu sua melhor oportunidade aos 20 minutos. Em jogada pela direita, Aline Gomes acionou Sochor dentro da área, mas Kemelli foi ágil e interceptou o passe antes da finalização.
Do outro lado, o Corinthians não abriu mão de buscar o ataque, ainda que cadenciasse mais o jogo. Aos 31 minutos, Portilho tentou encobrir Luciana após receber belo passe de Vic Albuquerque, mas a goleira rival fez ótima intervenção.
Aos 34, Duda Sampaio arriscou chute de fora, mas Luciana defendeu. O Corinthians demonstrava maturidade, não se precipitando mesmo com a vantagem no placar. O jogo seguiu sob controle das alvinegras até o apito final, com poucas ações perigosas e sem grandes sustos defensivos.
Final garantida e clima de decisão
O apito final confirmou mais uma vitória consistente das Brabas, que chegam à final com moral elevada e um elenco forte, mesmo com tantos desfalques. A atuação segura diante da tradicional Ferroviária reforça a profundidade do grupo e o comprometimento tático da equipe, que une talento e disciplina como poucas no cenário nacional.
Com gols de Mariza e Zanotti, duas jogadoras experientes e fundamentais no esquema de Piccinato, o Corinthians segue firme na missão de ampliar sua hegemonia no futebol feminino brasileiro.
A final contra o Cruzeiro será realizada no domingo (18), pela manhã, também na Neo Química Arena, com mando corinthiano. O horário exato ainda será confirmado pela CBF, mas a expectativa é de mais uma grande presença da torcida, empolgada com a possibilidade de levantar mais um troféu.
Palavra da capitã
Após a partida, Gabi Zanotti falou com exclusividade à Corinthians TV e exaltou a entrega da equipe:
“Sabíamos que seria um jogo duro, de muita marcação, e conseguimos superar todas as adversidades com união e raça. Jogar em casa, diante da nossa torcida, é sempre especial. Agora é foco total na final.”
Ficha técnica do jogo
Competição: Supercopa do Brasil de Futebol Feminino
Local: Neo Química Arena, São Paulo, SP
Data: 15 de fevereiro de 2024 (quinta-feira)
Horário: 16h15 (de Brasília)
Árbitro: Thayslane de Melo Costa
Assistentes: Leandra Aires Cossette e Izabele de Oliveira
Árbitro de vídeo: Daiane Muniz
Gols: Mariza, Gabi Zanotti (Corinthians)
Cartões amarelos: Gabi Zanotti e Fernanda (Corinthians); Katiuscia, Katielle, Duda Santos e Barrinha (Ferroviária)
Público: 8.765 pagantes (público total: 8.943)
Renda: R$ 188.073,20
CORINTHIANS: Kemelli; Isabela, Tarciane, Mariza e Yasmim; Ju Ferreira (Carol Tavares), Gabi Zanotti (Vic Albuquerque), Vitória Yaya (Duda Sampaio) e Gabi Portilho; Jaqueline (Jheniffer) e Millene (Fernanda).
Técnico: Lucas Piccinato
FERROVIÁRIA: Luciana; Katiuscia, Andressa, Luana Sartório e Katielle (Barrinha); Nicoly (Cris), Duda Santos e Micaelly; Neném (Letícia), Mylena Carioca (Patrícia Sochor) e Aline Gomes (Pamela).
Técnico: Jéssica Lima