Corinthians vence o Cruzeiro e conquista a Copinha pela 11ª vez diante da Fiel em Itaquera
Na tarde desta quinta-feira (25), o Corinthians voltou a erguer o troféu da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Após sete anos de jejum, o Timãozinho reencontrou a glória no maior torneio de base do país ao vencer o Cruzeiro por 1 a 0 na grande final, disputada na Neo Química Arena, e se tornou hendecacampeão da Copinha. Diante de mais de 43 mil torcedores, a equipe comandada por Danilo fez valer o apoio da Fiel, superou as dificuldades impostas pelos mineiros e celebrou com um golaço de Kayke, que selou a conquista.
Com o título, o Corinthians alcança sua 11ª taça na história da Copinha, mantendo-se como o maior campeão do torneio, agora com três conquistas a mais que o segundo colocado, o Fluminense, que possui oito. A última vez que o clube do Parque São Jorge havia levantado o troféu foi em 2017, em um elenco que também havia contado com o técnico Danilo, então ainda como jogador profissional. Hoje, no comando técnico, ele inscreve seu nome na história das categorias de base do clube.
Primeiro tempo truncado e sem gols
A decisão começou com a tensão típica de finais. Nervosos, os dois times demonstraram muita intensidade e correria nos minutos iniciais, mas pouca clareza na construção ofensiva. O jogo se desenhava equilibrado, com poucas ações coordenadas de ataque.
A primeira chegada mais clara veio do lado corinthiano, aos cinco minutos, quando Kayke achou Pedrinho em profundidade. O meia cruzou para a área, mas a bola ficou tranquila para a defesa do goleiro Otávio. O Cruzeiro respondeu de imediato, em chute de fora da área que Felipe Longo segurou no meio do gol.
Aos nove minutos, o time mineiro teve a melhor oportunidade até então. Após erro na saída de bola de Breno Bidon, o Cruzeiro puxou contra-ataque e Arthur, de frente para o gol, finalizou para fora, desperdiçando chance claríssima. O Corinthians não se abateu e respondeu com boa trama entre Ryan, Léo Mana e Higor, que terminou com pancada do lateral por cima do gol.
O Cruzeiro voltou a ameaçar aos 20, com cobrança de falta de Vitinho próxima ao gol corinthiano. Com dificuldades para criar, o Timãozinho apostava nas jogadas de Kayke pelo lado esquerdo, e foi por ali que Higor arriscou de longe aos 30 minutos, exigindo boa intervenção de Otávio.
Nos minutos finais da etapa inicial, o Corinthians voltou a pressionar. Aos 42, Pedrinho teve boa chance após rebote da zaga, mas mandou por cima. Já nos acréscimos, Ryan finalizou com desvio em Arthur Sousa, e no rebote, Higor foi travado antes da conclusão. O primeiro tempo terminou em 0 a 0, com leve superioridade cruzeirense nas finalizações mais perigosas.
Segundo tempo começa equilibrado, mas Corinthians cresce
A volta para o segundo tempo trouxe um Cruzeiro ainda mais agressivo nas bolas paradas. Logo no início, Gui Meira e Tevis ameaçaram, mas sem sucesso. Diante da pouca criatividade, Danilo promoveu sua primeira mudança aos oito minutos, colocando Thomas Lisboa no lugar de Higor. A alteração surtiu efeito e deu mais movimentação ao lado direito do ataque.
Aos 13, o Corinthians voltou a levar perigo com Pedrinho, que finalizou forte após passe de Kayke, mas novamente parou nas mãos de Otávio. O Cruzeiro, por sua vez, teve chance ainda mais clara com Jhosefer, que pegou sobra na entrada da área e mandou com perigo, à direita do gol de Felipe Longo.
Aos 23, com a chuva intensificando-se em Itaquera, Vitinho chutou de fora da área e obrigou Felipe Longo a operar grande defesa, mandando para escanteio. No lance seguinte, Henrique dividiu com o goleiro, que ficou no chão. O Cruzeiro até balançou as redes no rebote, mas o árbitro assinalou falta no arqueiro alvinegro, anulando o gol.
Mesmo em um momento melhor dos adversários, Danilo voltou a mexer e colocou GH na vaga de Pedrinho. A substituição trouxe novo fôlego ofensivo ao time. Aos 26, Vitor Meer cruzou da esquerda para Breno Bidon, que cabeceou fraco.
Golaço de Kayke decide e explode a Fiel
Aos 31, o Corinthians quase foi premiado pela insistência. Vitor Meer chutou de fora, a bola desviou em Arthur Sousa e quase complicou a vida do goleiro Otávio, que soltou no susto após escorregar, mas GH não conseguiu aproveitar.
O momento do Timãozinho era evidente. O volume ofensivo cresceu, e a pressão em busca do gol se intensificava. Foi então que, aos 39 minutos, a estrela de Kayke brilhou. GH achou o camisa 11 na ponta esquerda da grande área. Kayke partiu para cima da marcação, limpou o zagueiro e soltou uma bomba de perna direita, sem chances para o goleiro cruzeirense. A bola explodiu nas redes e fez a Neo Química Arena vibrar em uníssono.
Com o placar a favor, Danilo ainda promoveu mais duas trocas, com as entradas de Jhonatan e Thomas Agustín nos lugares de Arthur Sousa e Ryan. No entanto, GH sentiu dores minutos depois e, como o Corinthians já havia feito as três paradas permitidas para substituições, a equipe teve de jogar os minutos finais com um a menos.
Resistência, emoção e festa
Foram nove minutos de acréscimos, de muita tensão e emoção. O Cruzeiro se lançou ao ataque com cruzamentos e tentativas desesperadas. A defesa alvinegra, bem postada, afastava tudo que aparecia pela frente. Felipe Longo, mais uma vez, mostrou segurança e liderança na meta.
Quando o árbitro apitou pela última vez, a explosão tomou conta da Neo Química Arena. Jogadores, comissão técnica e os mais de 43 mil corinthianos presentes comemoraram com intensidade a 11ª conquista da Copinha. Um título merecido para um grupo que, ao longo da campanha, demonstrou força, técnica, superação e espírito de equipe.
Reconstrução e esperança para o futuro
O título de 2024 marca não apenas o fim de um jejum de sete anos, mas também o início de um novo ciclo promissor nas categorias de base do Corinthians. Sob o comando de Danilo, o Timãozinho mostrou maturidade, talento e competitividade. Kayke, autor do gol decisivo, foi um dos destaques da competição, ao lado de nomes como Felipe Longo, Léo Mana, Tchoca e Pedrinho.
Além da conquista esportiva, o torneio reafirma a importância das categorias de base no planejamento do clube para os próximos anos. Vários dos atletas que levantaram o troféu nesta quinta-feira devem ser aproveitados no elenco profissional em breve, seguindo a tradição do Corinthians de revelar grandes jogadores.
Campanha do título
O Corinthians terminou a Copinha 2024 com uma campanha sólida e eficiente. Invicto, o Timãozinho demonstrou força desde a fase de grupos até a grande decisão. Foram vitórias consistentes, classificações suadas e uma trajetória que reconectou a Fiel com suas raízes mais profundas: a base forte, a raça em campo e o amor incondicional à camisa alvinegra.
Hendecacampeão! O Corinthians escreve mais um capítulo glorioso em sua história na Copinha e reforça o orgulho de sua torcida. Que venha o futuro — com mais títulos, mais talentos revelados e, como sempre, muita paixão. Vai, Corinthians!
Ficha técnica
Competição: Copa São Paulo de Futebol Júnior
Local: Neo Química Arena, São Paulo, SP
Data: 25 de janeiro de 2024 (quinta-feira)
Horário: 15h30 (de Brasília)
Árbitro: Gabriel Henrique Meira Bispo
Assistentes: Robson Ferreira Oliveira e Izabele de Oliveira
Árbitro de vídeo: Daiane Muniz dos Santos
Gol: Kayke (Corinthians)
Cartões amarelos: Léo Mana, Vitor Meer, Kayke e Arthur Sousa (Corinthians); Arthur (Cruzeiro)
Público: 43.056 pagantes (público total: 43.495)
Renda: R$ 1.215.586,00
CORINTHIANS: Felipe Longo; Léo Mana, João Pedro, Renato e Vitor Meer; Ryan (Thomas Agustín), Breno Bidon e Pedrinho (Guilherme Henrique); Kayke, Higor (Thomas Lisboa) e Arthur Sousa (Jhonatan).
Técnico: Danilo
CRUZEIRO: Otávio; Carlos (Rhuan Gabriel), Pedrão, Bruno Alves (Kelvin) e Vitinho; Henrique (André), Jhosefer (Victor Jesus) e Xavier; Gui Meira, Tevis e Arthur (Ruan Índio).
Técnico: Fernando Seabra